30 de maio de 2010

Vila Chã de Ourique - Quinta da Fonte Bela




Morada: Rua Marcelino Mesquita

Localidade: Vila Chã de Ourique

Proprietário: Privado

Data de construção: Século XIX


Descrição

A Quinta da Fonte Bela foi uma criação de António Francisco Ribeiro Ferreira e, em 1900, simbolizava o início de uma nova era de tecnologia vinícola. Possuía uma adega para fabricar água-pé, com sete lagares que produziam 40 pipas cada um e duas caldeiras a trabalhar a vapor, que serviam para destilar o bagaço da fabricação do vinho.

A Quinta da Fonte Bela acolheu, em 1997, a empresa DFJ Vinhos, que produz, engarrafa e distribui vinhos para o mercado nacional e internacional e à qual continua aliada. Os vinhos resultantes desta associação têm recebido diversos elogios e sido reconhecidos internacionalmente com prémios. Um exemplo é o vinho Ramada Tinto 1998 que, em 1999, recebeu o prémio Red Wine of the Year.

Actualmente, esta quinta está inserida na Rota da Vinha e do Vinho do Ribatejo e destaca-se pelos edifícios que cobrem o seu pátio central, pela grandiosidade das instalações de destilação e pelos seus tonéis de madeira datados do final do século XIX.

Vila Chã de Ourique - Quinta da Amoreira




Morada: Rua Mariano de Carvalho

Localidade: Vila Chã de Ourique

Proprietário: Privado

Data de construção: Final do século XIX


Descrição

A Quinta da Amoreira é uma adega inserida numa típica casa burguesa do final do século XIX.

A quinta possui 100 hectares de vinha cultivada em terrenos aluviões. As castas predominantes são Fernão Pires, Tália, Trincadeira Preta, entre outras.

Vila Chã de Ourique - Palácio dos Chavões



Morada: Quinta dos Chavões

Localidade: Vila Chã de Ourique

Proprietário: Privado

Data de construção: 1345


Descrição

Derivado do seu valor histórico e arquitectónico, o Palácio dos Chavões foi um palácio de referência do concelho do Cartaxo, ao longo dos séculos.

A sua fundação data do século XIV, sendo apontada a data de 1345 para a edificação do núcleo primitivo da casa. Lourenço Gonçalves, proprietário, deixou em testamento a posse desta herdade à Igreja de Santo Estêvão. A Quinta dos Chavões passou depois por vários particulares até ser, posteriormente, propriedade dos Condes de Unhão no século XVI. Foi Rui Teles de Menezes, Senhor de Unhão, quem propôs, no início do século XVII, a execução de obras na estrutura do paço medieval, transformando-o num solar de grandes dimensões.

Os Chavões eram uma grande propriedade agrícola, utilizada por vezes como refúgio cultural e lugar de lazer.

A fachada da quinta foi remodelada em 1846, segundo um gosto neo-manuelino, que se pode observar nas portas e janelas em arco de ogiva e no coroamento composto por ameias em cruz floretada. Um perfil ameiado ainda é visível na ala esquerda, que constitui um paredão de suporte à plataforma aí existente, devido ao declive do terreno. Os Chavões possuem também uma planta em forma de “U”, de modo a adaptarem-se à topografia. O Palácio foi classificado como imóvel de interesse público em 1985.

Em 2002, Diogo Pereira Coutinho e sua mulher, D. Nicole, adquiriram a Quinta dos Chavões. Actualmente, esta quinta está a ser alvo de obras de melhoramento e beneficiação. Os Chavões destacam-se não só pelos inúmeros fidalgos que por lá passaram, mas também pela sua vertente estética. Este Palácio possui belos azulejos do século XVII e apresentava ainda, em 1927, azulejos seiscentistas e setecentistas, de composição figurativa, revestindo a varanda e algumas salas.

Vila Chã de Ourique - Monumento Comemorativo da Batalha de Ourique



Morada: Rua Mariano de Carvalho

Localidade: Vila Chã de Ourique

Proprietário: Público

Ano de construção: 1932


Descrição

Este monumento, datado do século XX, é alusivo à ilustre Batalha de Ourique que ocorreu entre D. Afonso Henriques e os Muçulmanos, em 1139, desencadeada nesta localidade, segundo o eminente General Vitoriano José César.

Esta obra desempenha um papel muito importante nesta vila ribatejana, porque representa a vertente histórica da localidade.

Vila Chã de Ourique - Igreja Matriz de Vila Chã de Ourique



Morada: Rua Mariano de Carvalho

Localidade: Vila Chã de Ourique

Proprietário: Privado

Data de construção: 1888


Descrição

A Igreja Matriz de Vila Chã de Ourique é dedicada a Senhor Jesus dos Aflitos, padroeiro desta mesma freguesia. Ainda possui alguns traços do século XIX, apesar de ter sido remodelada recentemente.

É um monumento de grande importância para a população, porque sendo uma vila pequena, acaba por ser um ponto de referência para a comunidade maioritariamente idosa.

Vale da Pinta - Poço de São Bartolomeu




Morada: Largo de São Bartolomeu

Localidade: Vale da Pinta

Proprietário: Público

Data de construção: Idade Média


Descrição

O poço de São Bartolomeu constitui um importante marco histórico-cultural da povoação. A este poço está associada uma lenda que refere ter nele D. Afonso Henriques dado de beber ao seu cavalo, quando aqui passou, a 24 de Julho de 1139, a caminho da Batalha de Ourique (que se terá realizado nas Chãs de Ourique, no local onde hoje se encontra Vila Chã de Ourique, no concelho do Cartaxo). No regresso da batalha, D. Afonso Henriques terá sido aclamado pelas suas tropas como Rei de Portugal, no Alto do Sol-Posto, à entrada de Vale da Pinta.

O poço, pouco profundo, de planta quadrada, apresenta uma volumetria prismática e uma cobertura em cúpula. No alçado virado a Oeste, rasga-se um vão de acesso axial com uma verga em arco segmentar e, à sua direita, um pequeno nicho. Encostado a este paramento, encontra-se um bebedouro rectangular em cantaria.

Vale da Pinta - Igreja de São Bartolomeu



Morada: Largo da Igreja

Localidade: Vale da Pinta

Proprietário: Privado

Data de construção: Século XVI a XVIII


Descrição

A Igreja Matriz de São Bartolomeu é um dos principais monumentos da freguesia de Vale da Pinta.

A planta em cruz latina é fruto de uma adição de espaços justapostos ao longo dos tempos. A fachada posterior da igreja, em forma de espaldar de 3 panos delimitados por pilastras e pontuado por urnas e uma cruz, constitui uma interessante e rara solução com bastante impacto cenográfico. Existe um relicário invulgar, em forma de custódia, em estuque aplicado na abóbada da capela-mor.

Esta Igreja possui uma arquitectura religiosa, manuelina e popular. É uma Igreja de fachada de empena angular, com uma torre sineira adossada, com o tecto em madeira sobre a nave, um cruzeiro e braços do transepto com abóbadas de cruzaria de ogivas e uma abóbada de berço redondo na capela-mor. A abóbada do transepto e as molduras facetadas das portas da nave e do braço S. do transepto são características de um persistente gosto manuelino.

Na igreja, existem algumas imagens dignas de referência: a imagem da roca de Nossa Senhora da Graça, no altar do lado do Evangelho; a imagem do Menino Jesus numa peanha junto ao arco triunfal; as imagens em pedra, quinhentistas, de Santa Catarina e São Bartolomeu, em peanhas na capela-mor.

Existem também um crucifixo em marfim indo-português e uma cruz processional gótica, em bronze, presentemente no altar-mor. Na sacristia é guardada a parte superior de uma imagem em pedra calcária que representa uma figura de homem a segurar uma cabeça degolada, normalmente referida como São Bartolomeu (encontrada num poço e oferecida pelo embaixador Teixeira de Sampaio), uma pia de pedra com uma enigmática inscrição gravada (O / RAEIV) e um mascarão relevado, que serve de base a um marco, ambos em pedra.

Vale da Pedra - Quinta do Gaio de Cima




Morada: Rua 16 de Novembro

Localidade: Vale da Pedra

Proprietário: Privado

Data de construção: (desconhecida)


Descrição

A Quinta do Gaio de Cima representa um elemento arquitectónico e artístico setecentista com uma beleza natural única da região. O brasão presente na fachada da Quinta ilustra a sua secularidade, bem como a cobertura de azulejos com motivos florais e cores dinâmicas. Possui belos espaços verdes, nomeadamente um jardim com uma fonte, uma piscina, um pátio interior com azulejos de época e um pequeno bosque.

A Quinta, propriedade de D. Maria do Carmo Infante da Câmara, situa-se a 45 minutos de Lisboa. Foi a 20 de Setembro de 1759, no reinado de D. João I, que D. Gaspar, filho ilegítimo de D. João V e de D. Maria Ana Josefa, arcebispo primaz de Braga, passou e jantou nesta Quinta.

«No dia 20 de Setembro de 1759 com grande comitiva, passou e jantou no Gayo e foi pernoitar em Santarém sua Alteza D. Gaspar arcebispo de primaz de Braga, um dos filhos de D. João V conhecido por “Meninos de Palhavã”. A gazela de Lisboa nº41 e 47 de 1759 refere o facto nos seguintes termos: “Sua Alteza ia com um paquebote a 6 cavallo, seguido de um coche de Estado de primorosa estrutura. 11 caleças com o seu confessor e criados 2 formosos cavallos de pessoa e muitos à mão 23 carros carregados e outros muitos criados a cavallo” 20 de Setembro de 1759.»

Actualmente, a Quinta do Gaio de Cima dedica-se à realização de eventos, como casamentos, baptizados, cocktails, jantares e almoços de empresas, reuniões de negócios, entre outros. Esta Quinta dispõe também de um Centro Hípico, de um espaçoso parque de estacionamento e de uma oferta de actividades ao ar livre nas proximidades.

Vale da Pedra - Quinta do Gaio de Baixo




Morada: Ponte da Urbanização Pedra

Localidade: Vale da Pedra

Proprietário: Privado

Data de construção: (desconhecida)


Descrição

A Quinta do Gaio de Baixo é propriedade da família Santos Lima desde 1873, quando o Comendador Paulino da Cunha e Silva a comprou e doou, como dote, à sua filha, D. Maria de Avelar e Silva, de quem o actual proprietário, Pedro Mello Santos Lima, é neto.

A Quinta possui 300 hectares. Sempre serviu um propósito agrícola, tendo, actualmente, uma utilidade de natureza turística. Esta Quinta abarca uma afamada ganadaria e organiza e realiza todo o tipo de eventos ou festas. Desenvolvem-se as seguintes actividades: karts, passeios, autocross, painball, balonismo, helis, visitas aos toiros, peddy paper, orientações com ou sem GPS, tiro aos pratos, vacadas, touradas, jogos tradicionais, outdoors, entre outros.

Este é um local privilegiado de encanto pelas suas paisagens únicas sobre a Lezíria, situando-se a 50 quilómetros de Lisboa.

22 de maio de 2010

Vale da Pedra - Quinta das Malhadas




Morada: Rua 5 de Outubro

Localidade: Vale da Pedra

Proprietário: Privado

Data de construção: Século XIX


Descrição

A Quinta das Malhadas é um exemplo do património da freguesia de Vale da Pedra, situada a 45 minutos de Lisboa. Esta Quinta é um campo de férias que permite, durante todo o ano, a realização de diversas actividades desportivas e de entretenimento, dirigidas a escolas, empresas ou particulares. Possui uma cocheira, um palheiro, um pombal, silos, picadeiros, uma piscina, uma quinta pedagógica, um campo de futebol pelado e um campo multiusos para desportos de rede, uma parede de escalada e uma via de slide e duas barragens para desportos náuticos e pesca.

A Quinta das Malhadas foi um dos primeiros campos de férias em Portugal. Com uma vista única para o Vale do Rio Tejo, esta é uma Quinta centenária, pertencente à 3ª geração da família Carvalho e Silva, com uma área de 400 hectares. Próximo da entrada da Quinta, existe uma estação de comboios.

Ana Catarina Carvalho e Silva, a proprietária da Quinta, iniciou este projecto em 1992 e tem vindo a desenvolvê-lo ao longo de 14 anos. A centenária Capela das Malhadas é um dos elementos a destacar na Quinta. Nesta Capela, realizam-se casamentos e baptizados, entre outros eventos.

Valada - Ponte Rainha D. Amélia




Morada: Rua da Ponte

Localidade: Porto de Muge

Proprietário: Público

Data de construção: 1904


Descrição

Esta Ponte deve o seu nome à rainha D. Amélia, que a atravessou pela primeira vez acompanhada de seu marido, o rei D. Carlos, quando se deslocavam para Vila Viçosa, no dia 28 de Janeiro de 1904, 14 dias depois da data de inauguração desta obra de engenharia, a 14 de Janeiro.

A Ponte assenta em 13 pilares e as suas fundações foram descidas a uma profundidade de 12 a 14 metros. Possui uma extensão de 840 metros.

A Ponte Rainha D. Amélia é uma ponte sobre o rio Tejo, projectada por Gustave Eiffel, o famoso engenheiro francês, conhecido pelas suas construções em ferro que caracterizaram a “Engenharia do Ferro e do Vidro”, corrente arquitectónica que surgiu no final do século XIX e no início do século XX. Nesta época as técnicas de utilização do ferro foram desenvolvidas e, aliado a este material, também o vidro se produzia em grande escala. Outros exemplos deste tipo de arquitectura em Portugal são o elevador de S. Justa, em Lisboa, ou a ponte D. Luís, no Porto.

Inicialmente, a Ponte era usada para tráfego ferroviário. Em Agosto de 2001, a ponte foi reconvertida ao tráfego rodoviário e pedonal. Devido à reduzida largura de do tabuleiro da ponte, a travessia do tráfego rodoviário é feita alternadamente, controlada por meio de semáforos. A Ponte Rainha D. Amélia possuiu, durante muito tempo, o título da ponte ferroviária mais extensa da Península Ibérica, em via única.

Valada - Igreja de Nossa Senhora da Expectação



Morada: Largo da Igreja

Localidade: Valada

Proprietário: Privado

Data de construção: 1211


Descrição

A Igreja Matriz de Valada, localizada no limite da povoação, junto ao rio Tejo e à praia fluvial, tem como padroeira a Nossa Senhora da Expectação. Embora date de 1211, apenas foi consagrada em 1528, pelo bispo de Rossiona, D. Ambrósio Pereira Brandão, segundo a lápide sobre o portal principal:

«ERA DE 1528 ANNOS OS 6 DIAS DO MES DE JANEIRO O BISPO DA CIDADE DE RESIONE DOM AMBROZIO CONSAGROU ESTA IGREJA E ALTAR-MOR E O DA CONCEIÇAM E ADRO EM LOUVOR DE NOSSA SENHORA E SEMPRE VIRGEM E NO SEU DIA SE GANHAM CORENTA DIAS DE PERDAM O QUAL HE 8 DIAS ANTE NATAL»

Numa das paredes exteriores desta Igreja surge, numa lápide funerária, uma inscrição referente a uma doação de terras feita em 1587, por António Afonso e sua mulher, a troco de 90 missas por ano.

Esta é uma Igreja de fachada de empena angular, com uma torre sineira adossada. Exibe uma arquitectura religiosa maneirista, com uma única nave com tecto em madeira e uma capela-mor abobadada. A Igreja apresenta um coro de madeira relativamente alto e as paredes da nave estão decoradas com azulejos de padrão oitocentista. A capela baptismal, onde se encontra a pia baptismal, não possui base e fuste. Do mesmo lado, surge um retábulo renascentista enquadrado por colunas e por pinturas de Diogo Teixeira, artista e mestre lisboeta. Esta Igreja foi alvo de várias remodelações, tendo sido completamente modificada em 1901.

Tal como as Virgens Negras, a Nossa Senhora da Expectação representa a Deusa-Mãe vestida de Sol e é apresentada com a imagem do ventre da Virgem. O culto a Nossa Senhora da Expectação atingiu o maior número de crentes no século XIV, mas que tem vindo a diminuir substancialmente ao longo dos tempos.

Valada - Aldeia Avieira da Palhota




Morada: Rua Direita

Localidade: Reguengo

Proprietário: Público

Data de construção: Final do século XIX / Início do século XX


Descrição

A Aldeia Avieira da Palhota situa-se numa zona de planície, na margem direita do Tejo. A Aldeia é constituída por algumas casas em madeira, que se encontram dos dois lados de uma rua de terra batida.

Entre o final do século XIX e o início do século XX, chegaram os primeiros pescadores à actual povoação da Palhota. Estes pescadores, oriundos da Praia de Vieira, do concelho da Marinha Grande, procuravam uma forma de sustento porque, no Inverno, o mar não oferecia as condições necessárias. Deste modo, os avieiros trocaram a pesca do mar pelo «jardim de peixe» do rio Tejo.

Inicialmente, viviam nos barcos que usavam para a pesca, com o quarto na proa, a cozinha no meio e a oficina de pesca à ré. Era nos seus barcos que viviam, trabalhavam, dormiam e criavam os filhos. Por volta de 1930, construíram-se as primeiras habitações, feitas de ramos de árvores, palhas e tábuas. Mais tarde, a pedido do dono do terreno, as casas implantaram-se ao longo de 2 ruas paralelas ao rio. Em 1960, começaram a ser utilizadas placas de contraplacado na reparação das casas.

Actualmente, as casas desta aldeia apresentam uma planta rectangular e um telhado cerâmico de 2 águas, com uma escada de madeira exterior que dá acesso a um alpendre. Pintadas com cores vivas, o interior destas casas divide-se em dois quartos, que dão acesso a uma sala-cozinha com lareira. O espaço acima dos quartos serve para arrumação dos materiais de pesca, enquanto as embarcações ficam na parte debaixo da casa. Estas casas, denominadas palafitas, foram construídas essencialmente em madeira e estão fundadas sobre estacas, já usadas nas dunas contra o mar. Deste modo, oferecem protecção contra as inundações resultantes das cheias do Tejo.

De todas as aldeias piscatórias do Tejo, a Palhota é a que apresenta o melhor estado de conservação, aspecto visível tanto nas habitações como nas tradições dos pescadores, sendo considerada património natural. Deste modo, revelou-se a necessidade de preservar o património desta aldeia, e foi então que, em 1988, se criou o Projecto Palhota Viva, com a finalidade de recuperar e preservar a Aldeia Avieira da Palhota.

«Nómadas do rio, como ciganos na terra, tinham vindo da praia de Leiria e faziam vida à parte: chamavam-lhes avieiros (…). Vagabundos do Tejo – tendo muitos a barco como lar e as estrelas como telhas. Debruçados no Rio uma vida inteira, a colher sonhos desfeitos – sem outro rumo na carta, sem mais horizontes nos olhos. Pescadores sem tatuagens, marinheiros que não gingam a malandrar. Balouçam os ombros porque o Tejo viu nascer muitos e os embala até à morte – sempre meninos. A única tatuagem que os marca, foi a vida que lha fez – uma sombra no rosto e um pesar no peito. Ciganos do Tejo, de porto em porto, de vela em vela, singrando neste rio tão bom e tão traiçoeiro – tão traiçoeiro e tão bom pelas suas margens só o conhecem por Mar.»

«Isolado ali no declive da margem a ver passar o Tejo sem mais telha próximo. Valada ao longe a lembrar o mundo, com o campanário e as árvores do tapadão a dominá-la. Agulhas de mastros no carrego de cortiça, colhidas as velas à espera de vento. Até lá deserto de areia, aos solavancos, como quem galga o caminho com pressa de ver gente. Moitas verdes de tramaga com o oásis; flores amarelas de margaça, de companhia com malmequeres de cardos; e campainhas brancas das figueiras do inferno a disputarem o sol com os rebentos lilases da sigurelha brava». (…) «Mas o rio domina tudo. Parece que o céu é uma miragem sua. Cortam-no mouchões e braços de areia. Espelham-se nele as árvores da margem, pendidas como a quererem deitar-lhe a mão e perguntar-lhe onde vai tão depressa. Mas corre sempre, ora abaixo, ora acima, como quem procura repouso e não encontra.»

In Alves Redol, Os Avieiros, Lisboa, Livraria Portugália, 1942, págs. 41 – 42

Pontével - Ponte Medieval




Morada: Rua da Pedreira

Localidade: Pontével

Proprietário: Privado

Data de construção: Séculos XIII / XIV


Descrição

A vila onde esta ponte se situa, inicialmente denominada «Ponteval», designação provavelmente derivada da expressão «ponte» em «vale», deve o seu nome actual a essa mesma estrutura, uma ponte medieval que passa por um vale. Reza a lenda que a Rainha Santa Isabel passou a chamar a este local de Pontével, pelo facto de aqui passar aquando as suas deslocações para Santarém e Almoster.

Esta ponte, com o legado de Bartolomeu Joanne, rico mercador e amigo de D. Dinis, é dada como tendo sido construída durante a ocupação romana. É uma ponte marcada pela arquitectura civil de equipamento medieval e apresenta um só arco e tabuleiro.

Pontével - Igreja de Nossa Senhora da Purificação




Morada: Largo da Comenda

Localidade: Pontével

Proprietário: Privado

Data de construção: Século XVII


Descrição

Apesar de ser visível o seu traçado primitivo e a existência de elementos medievais, pouco se conhece acerca do período de construção da Igreja de Nossa Senhora da Purificação. No entanto, é provável que se trate de uma Igreja do estilo românico rural português, que se desenvolveu nos séculos XII a XIV. Sabe-se que, no século XVII, sob a acção do Comendador António Botto Pimentel, o edifício foi completamente reconstruído.

Classificada como Monumento de Interesse Público, a Igreja Matriz de Pontével exibe uma arquitectura religiosa maneirista. É uma Igreja paroquial de fachada de empena angular, com uma torre sineira adossada, que apresenta uma única nave com o tecto em madeira e a capela-mor abobadada, ostentando o brasão da Ordem de Malta. As paredes são revestidas com azulejos seiscentistas, com uma grande variedade de padrões de elementos geométricos e vegetalistas, rematados por frisos e bordaduras. Em conjunto com o revestimento azulejar, surge a talha dourada, estuques e pintura, denotando a esta Igreja um carácter artístico na sua totalidade.

A Pia Baptismal, de grandes dimensões, remete à época renascentista. A Pia de Água Benta não é característica de um só período histórico, uma vez que a sua base, em mármore fuste de pedra desproporcionado, é tipicamente manuelina e a sua taça pertence, estilisticamente, a um período posterior. As duas Pias foram classificadas, em 1933, como Monumento de Interesse Público.

O altar-mor possui um painel de talha dourada, sendo a sua estrutura similar a um portal românico, com colunas torsas (típicas do estilo manuelino), magnificamente trabalhadas com motivos alusivos, os cachos de uvas e as parras de videira. Actualmente, é visível a necessidade de restauro deste painel. Existem mais dois altares frontais, nos quais figuram S. Gabriel e o Sagrado Coração de Maria.

O altar do lado direito encontra-se na capela do Santíssimo, restaurada em 1866, igualmente conhecida por capela dos Negrões, enquanto o altar do lado esquerdo apresenta características do período final renascentista, do final do século XVI, no qual está representada Nossa Senhora do Rosário.

O órgão desta Igreja, datado do século XVIII, encontra-se no coro, por cima do átrio, suportado por quatro colunas dóricas.

Antes do século XIX, no espaço circundante da Igreja Matriz, encontrava-se o cemitério. A 23 de Dezembro de 1872, iniciou-se a construção de um novo cemitério fora da povoação.

É ainda importante referir que na Igreja de Nossa Senhora da Purificação se encontram sepultados António Botto Pimentel, Comendador de Pontével, Ambrósio Pires Barreto e Isabel Nunes Peixoto.

Pontével - Ermida de São Gens

Morada: Rua de São Gens

Localidade: Pontével

Proprietário: Privado

Data de construção: (desconhecida)


Descrição

A Ermida situa-se num monte, no caminho entre Pontével e Vale da Pinta. Não se conhece ao certo a data ou o motivo da sua construção. No entanto, sabe-se que a Ermida de São Gens já existia no ano de 1574, apesar de tudo indicar que esta pequena igreja já existia muito antes disso.

Reza a lenda que D. Afonso Henriques, no seu caminho de Coruche para Santarém, ouvia a missa em São Gens, dando de beber aos seus cavalos num poço situado nas redondezas desta Ermida.

Crê-se que a Ermida seja proveniente de um templo visigótico, quer pela origem do nome Gens, quer pela pia de água benta que hoje se encontra na Igreja Paroquial de Vale da Pinta, classificada pelos Tesouros Artísticos de Portugal como uma pia de origem visigótica.

Da Ermida restam apenas ruínas, bocados de muros envoltos numa densa vegetação, dificultando a sua descoberta.

A imagem de São Gens transitou para a Capela da Senhora do Desterro, e encontra-se actualmente numa arrecadação por detrás do altar-mor da Igreja de Nossa Senhora da Purificação.

A propriedade onde se localizam as ruínas é de domínio privado, tendo pertencido anteriormente à Irmandade da Senhora do Rosário e à junta de Paróquia, após a extinção da Irmandade, em 1849.

Pontével - Casa da Rua do Reguengo

Morada: Rua do Reguengo

Localidade: Pontével

Proprietário: Privado

Data de construção: 1847


Descrição

A casa na Rua do Reguengo é um conjunto de arquitectura habitacional, que pertenceu à família Carneiro.

Esta casa pontevelense, do século XIX, é caracterizada pela utilização de azulejos holandeses com padrões geométricos, de importação brasileira, no forro do edifício.

A casa exibe um remate com uma bordadura de flores coroado por elementos cerâmicos de magnífica perfeição, sendo este, além da utilização dos azulejos, outro aspecto estético característico da época da sua construção.

Além da fachada coberta por azulejo holandês, surge o ferro, aliado às clarabóias e às sacadas deste edifício.

Actualmente, a Casa na Rua do Reguengo encontra-se num óptimo estado de conservação.

Pontével - Casa da Assembleia




Morada: Travessa Frei Manuel da Encarnação

Localidade: Pontével

Proprietário: Privado

Data de construção: Século XVII


Descrição

A Casa da Assembleia localiza-se no principal largo da povoação, junto à Igreja Matriz. Apesar das alterações sofridas, esta casa constitui um dos mais interessantes exemplos, ainda preservados, das várias casas nobres alpendradas, com uma arquitectura residencial seiscentista, outrora existentes em Pontével.

Esta casa, construída em meados do século XVII, pertenceu inicialmente à família Fróis. Em 1688, a casa fazia parte de um dos morgados instituídos por Manuel de Almeida Negrão, mestre de campo dos auxiliares de Santarém e familiar do Santo Ofício. A partir de 1745, a casa passou a pertencer a Manuel Carlos de Miranda, sobrinho-neto de Manuel de Almeida Negrão e administrador do morgado instituído pelo seu tio. A 13 de Dezembro de 1745, numa escritura pública lavrada em Santarém, António da Veiga Coelho torna-se o proprietário da casa, cedendo em troca a Manuel Carlos de Miranda a casa que possuía no Rossio do Povo.

A Casa da Assembleia está integrada na zona de protecção da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Purificação e a sua fachada está voltada para uma das ruas que rodeiam o adro da referida Igreja. Esta casa possui um pátio e é rodeada por um jardim e terrenos de cultivo, por sua vez separados do largo da Comenda e da travessa Frei Manuel da Encarnação por um muro.

Esta casa possui 2 pisos, o superior destinado a habitação e o inferior a serviços, e apresenta uma fachada virada para um pátio, antecedida por um alpendre no piso superior, apoiado em colunas toscanas. Até 1950, o alpendre cobria apenas a porta principal de acesso ao piso nobre. Mais tarde, tanto o alpendre como a arcada térrea sobre a qual ele assenta, foram aumentados para as dimensões actuais. Este edifício possui ainda, ao lado de uma das suas portas, um painel de azulejos neo-barroco, no qual figura S. Jorge.

No seu piso superior, existem duas salas abertas para o alpendre e dois quartos, intercalados por uma casa de banho. A cozinha abre para o terraço e um pequeno átrio interior estabelece a comunicação entre os quartos, as salas e a cozinha.

Pontével - Capela de Nossa Senhora do Desterro




Morada: Largo do Rio da Fonte

Localidade: Pontével

Proprietário: Privado

Data de construção: Século XVI


Descrição

Esta Capela, anteriormente designada Ermida do Espírito Santo, situa-se junto à fonte, perto da Ponte Medieval.

É uma Capela de volumetria poligonal, com uma torre sineira e uma sacristia de paredes arredondadas adossadas às fachadas anterior e posterior, em posições diametralmente opostas. A sua fachada Norte é envidraçada e existe um espaço unificado no interior. O átrio e a sacristia são delimitados da nave e da capela-mor por paramentos murários rectilíneos paralelos à torre sineira e à parede exterior da sacristia.

No interior da Capela, existe um pequeno átrio que antecede o espaço único da nave e da capela-mor, coberto por um tecto em madeira num plano oblíquo; uma zona reservada à capela-mor, separada da nave por piso elevado, que é ladeada a Sul pela sacristia; um altar lateral na parede da sacristia voltada para a nave; azulejos polícromos seiscentistas, organizados em tapetes de vários padrões, enquadrados pelo mesmo tipo de cercadura, a revestir integralmente a parede Sul da nave, do átrio e da sacristia.

Por volta de 1970, a capela sofre a mais selvática das reconstruções. Da primitiva Ermida resta hoje apenas o seu portal manuelino e o revestimento azulejar seiscentista, que outrora revestia todas as paredes da nave e da capela-mor; uma pintura sobre tábua que representa a Ressurreição de Cristo e uma pintura do século XVI, da autoria do Mestre da Romeira. Sabe-se, através de fotografias antigas e outros documentos, que o painel no altar-mor era revestido a talha dourada, bem como um tríptico cujo painel central que simbolizava a descida do Espírito Santo e os laterais, a Ressurreição e a Ascensão. A nova capela apresenta uma arquitectura religiosa modernista.

No adro da Capela realizam-se, todos os anos, em finais de Agosto ou inícios de Setembro, as festas de Nossa Senhora do Desterro, atestando a permanência de uma devoção secular associada a este local de culto.


Opinião pública

O povo de Pontével, na sua maioria, não aceitou a barbaridade que constituiu não só a destruição arquitectónica e artística como também um atentado ao local onde prestavam o culto a Nossa Senhora do Desterro. Hoje em dia, numa encosta em frente à Capela, encontra-se um nicho com uma imagem da Senhora do Desterro, feita por um canteiro de Pontével e é aí que os devotos vão cumprir as suas promessas. Houve uma transferência natural do local de culto, porque a Capela, nas condições em que se encontra, não oferece o ambiente necessário para meditar e orar. A verdade é que a actual autarquia, reconhecendo a importância que aquele nicho tem para o seu povo, quer pela crença ou pelo bairrismo, procedeu à sua iluminação e emoldurou-o com um arco polilobado, à semelhança dum portal manuelino, perpetuando assim a simbiose entre a antiga Capela Manuelina e a devoção a Nossa Senhora do Desterro.

Lapa - Gruta Boca da Lapa




Morada: Rua Boca da Lapa

Localidade: Lapa

Proprietário: Público

Data de construção: (desconhecida)


Descrição

Desde tempos muito remotos, o nome dado à povoação em que esta gruta se encontra deve provir da designação dessa mesma gruta, conhecida como Boca da Lapa.

No princípio do século XX, um arqueólogo de Lisboa deslocou-se propositadamente a esta freguesia, com a finalidade de explorar a Boca da Lapa, mas não o conseguiu fazer porque a sua entrada estava obstruída pela nascente. As condições adversas do próprio terreno foram algo que também impediu essa exploração, pelo facto de não ser possível realizar escavações arqueológicas. No entanto, durante esta tentativa de exploração, foram encontrados machados de pedra polida e outros monólitos de fragmentação intencional. Com estes achados e, devido à sua própria tipologia (Boca), é possível que esta gruta remeta aos tempos da pré-história.

Muito tempo depois desta primeira tentativa e, segundo os testemunhos dos habitantes, houve pessoas que conseguiram entrar na gruta, tendo caminhado perto de duzentos metros sempre de joelhos, até chegarem a uma caverna que se alarga numa espaçosa clareira, com cerca de três metros de altura. Desta enorme clareira, partem três corredores, o primeiro dirigido para Norte, o segundo para Sul, e o terceiro para o poente. Entretanto, decidiram recuar na sua exploração improvisada, por recearem perder-se e ficarem sem oxigénio.

Em 1904, a nascente nas proximidades da gruta foi aproveitada para os lavadouros públicos e a sua entrada foi integralmente tapada.

Ainda no ano 2000, a gruta foi visitada por peritos, sem se ter chegado a alguma conclusão significativa acerca da História da localidade.

Lapa - Capela de Mártir São Sebastião




Morada: Rua Caetano Valério

Localidade: Lapa

Proprietário: Privado

Data de construção: Século XVII


Descrição

A Capela de Mártir S. Sebastião é um templo do século XVII, que integra o património arquitectónico da Lapa. A Capela tem como orago o Mártir São Sebastião.

Realizam-se todos os anos, no dia 20 de Janeiro, as festas da freguesia em homenagem ao seu patrono, sendo estas festas de tempos tão remotos quanto a data da fundação desta capela.

Ereira - Ruínas do Bicho Feio




Morada: (desconhecida)

Localidade: Ereira

Proprietário: (desconhecido)

Data de construção: (desconhecida)


Descrição

Ao Sul da Ereira, ergue-se um conjunto de ruínas que os habitantes designam de “caseirões”. Neste conjunto de ruínas, existe o que foi “um solar e seus anexos – lagar de azeite”, pertencentes à Quinta do Bicho Feio.

Ereira - Igreja do Espírito Santo




Morada: Rua da Fonte

Localidade: Ereira

Proprietário: Privado

Data de construção: Século XVI


Descrição

A Igreja do Espírito Santo é um templo do século XVI, que pertenceu à Ordem de Malta e foi totalmente reconstruída em 1891.

Esta Igreja apresenta uma planta composta e longitudinal, da qual consta uma nave e uma capela-mor justapostas e anexos a Norte e a Sul. Existem volumes articulados com uma cobertura diferenciada em telhados de 2 águas, no caso da nave e capela-mor, de 1 água, no caso dos anexos, e em coruchéu bolboso, no caso da torre sineira. A sua fachada principal é de pano único, ladeada por cunhais apilastrados. Na fachada Norte, os volumes escalonados da nave e da capela-mor têm anexos adossados, com um rasgamento de 3 janelas de verga recta. Na fachada Sul, com uma volumetria idêntica, destaca-se ainda a torre sineira.

No interior da Igreja, encontra-se a sua única nave, coberta por uma falsa abóbada, bem como um coro alto em madeira. As paredes da nave estão revestidas por azulejos de padrão recente. A sua Capela Baptismal apresenta uma abóbada de aresta, na qual figura a pomba do Espírito Santo e palmas centradas por cruzes.

Em 1758, esta Igreja possuía três altares na nave, destinados à devoção a Nossa Senhora do Rosário, a Nossa Senhora da Conceição e às Almas.

O púlpito da Igreja Matriz da Ereira, de perfil renascentista, apresenta uma arquitectura religiosa maneirista, e é idêntico ao da Igreja Matriz de Pontével, o que pode indicar que ambas pertencem ao mesmo artista.

Vale da Pedra - Quinta do Gaio de Cima




Morada: Rua 16 de Novembro

Localidade: Vale da Pedra

Proprietário: Privado

Data de construção: (desconhecida)


Descrição

A Quinta do Gaio de Cima representa um elemento arquitectónico e artístico setecentista com uma beleza natural única da região. O brasão presente na fachada da Quinta ilustra a sua secularidade, bem como a cobertura de azulejos com motivos florais e cores dinâmicas. Possui belos espaços verdes, nomeadamente um jardim com uma fonte, uma piscina, um pátio interior com azulejos de época e um pequeno bosque.

A Quinta, propriedade de D. Maria do Carmo Infante da Câmara, situa-se a 45 minutos de Lisboa. Foi a 20 de Setembro de 1759, no reinado de D. João I, que D. Gaspar, filho ilegítimo de D. João V e de D. Maria Ana Josefa, arcebispo primaz de Braga, passou e jantou nesta Quinta.

«No dia 20 de Setembro de 1759 com grande comitiva, passou e jantou no Gayo e foi pernoitar em Santarém sua Alteza D. Gaspar arcebispo de primaz de Braga, um dos filhos de D. João V conhecido por “Meninos de Palhavã”. A gazela de Lisboa nº41 e 47 de 1759 refere o facto nos seguintes termos: “Sua Alteza ia com um paquebote a 6 cavallo, seguido de um coche de Estado de primorosa estrutura. 11 caleças com o seu confessor e criados 2 formosos cavallos de pessoa e muitos à mão 23 carros carregados e outros muitos criados a cavallo” 20 de Setembro de 1759.»

Actualmente, a Quinta do Gaio de Cima dedica-se à realização de eventos, como casamentos, baptizados, cocktails, jantares e almoços de empresas, reuniões de negócios, entre outros. Esta Quinta dispõe também de um Centro Hípico, de um espaçoso parque de estacionamento e de uma oferta de actividades ao ar livre nas proximidades.

Vale da Pedra - Quinta do Gaio de Baixo




Morada: Ponte da Urbanização Pedra

Localidade: Vale da Pedra

Proprietário: Privado

Data de construção: (desconhecida)


Descrição

A Quinta do Gaio de Baixo é propriedade da família Santos Lima desde 1873, quando o Comendador Paulino da Cunha e Silva a comprou e doou, como dote, à sua filha, D. Maria de Avelar e Silva, de quem o actual proprietário, Pedro Mello Santos Lima, é neto.

A Quinta possui 300 hectares. Sempre serviu um propósito agrícola, tendo, actualmente, uma utilidade de natureza turística. Esta Quinta abarca uma afamada ganadaria e organiza e realiza todo o tipo de eventos ou festas. Desenvolvem-se as seguintes actividades: karts, passeios, autocross, painball, balonismo, helis, visitas aos toiros, peddy paper, orientações com ou sem GPS, tiro aos pratos, vacadas, touradas, jogos tradicionais, outdoors, entre outros.

Este é um local privilegiado de encanto pelas suas paisagens únicas sobre a Lezíria, situando-se a 50 quilómetros de Lisboa.

Cartaxo - Praça de Touros




Morada: Largo Vasco da Gama

Localidade: Cartaxo

Proprietário: Público

Data de construção: 1874


Descrição

A Praça de Touros foi construída em 12 semanas, por iniciativa de Artur Peres Vilhena Barbosa, em 1874, tendo sido inaugurada a 23 de Agosto do mesmo ano. Pode comportar 5000 espectadores nas trincheiras e cerca de 400 nos 44 espaçosos camarotes. A arena circular possui 96 metros de perímetro, tendo sido construída segundo o modelo de Badajoz.

Foi através de uma subscrição pública, em que toda a população do Cartaxo, de diferentes escalões sociais, dispôs dos seus bens para a contribuição e benefício da obra da Praça de Touros.

Na data da sua inauguração, estavam presentes cerca de 6000 pessoas, entre as quais as pessoas mais influentes na sociedade cartaxense, bem como das terras vizinhas. Tinham também vindo, de Lisboa, centenas de pessoas para assistir à festa de inauguração desta nova Praça de Touros, que celebrava uma paixão cultural e secular vivida por muitos habitantes desta região, a tauromaquia.

Sendo pertencente à Câmara Municipal do Cartaxo, é anualmente proposta a sua exploração a concurso.

O cartaz de inauguração da Praça de Touros conta com um breve texto:
 
«Grande e Explendida Função Tauromachica. Inauguração da Praça de Touros da Villa do Cartaxo. Domingo, 23 de Agosto de 1874. Deslumbrante e maravilhosa corrida de 13 touros Puros da Raça apurada, apartados cuidadosamente das excellentes manadas do Il.mo Sr. João Ignacio da Costa, abastado lavrador do concelho do Cartaxo, garantidos pelo seu proprietário. A festa com que é inaugurada a praça, feita por subscrição publica no concelho, será em rudo digna dos notáveis progressos d’este ovo, emminentemente laborioso. Às 4 horas e um quarto da tarde» (…) «amadores Lisbonenses e Ribatejanos, vinde applaudir as sortes ousadas do garboso cavalleiro, vinde pasmar-vos deante da perícia dos elegantes capinhas, vinde victoriar as pegas reaes dos destimidos e valentes cartaxenses. CORREI AO CARTAXO!!!»

Cartaxo - Pelourinho



Morada: Rua de São Sebastião

Localidade: Cartaxo

Proprietário: Público

Data de construção: (desconhecida)


Descrição

O Pelourinho do Cartaxo está, actualmente, fragmentado. Estes fragmentos integram o Fontanário neo-gótico, construído em 1889, situado no topo de um recinto ajardinado, ladeado com grades de ferro.

Através de uma dupla escadaria lateral, existe acesso ao que resta do antigo pelourinho e a duas bicas, local de onde saía a água. O fontanário apresenta um espaldar rematado por merlões neo-góticos, bem como um grande tanque frontal, geralmente com água, para outrora servir o gado.

Do Pelourinho restam partes da coluna cilíndrica, integradas no adorno do espaldar e do tanque. Estes troços parecem ter sido a antiga base do pelourinho, tendo sido transformados em apoio de vazilhas de água. Inicialmente, a função deste monumento era jurisdicional. Pelo facto de ter sido decretado, em 1933, como imóvel de interesse público, é actualmente considerado um marco histórico-cultural.