Localidade: Pontével
Proprietário: Privado
Data de construção: Século XVI
Descrição
Esta Capela, anteriormente designada Ermida do Espírito Santo, situa-se junto à fonte, perto da Ponte Medieval.
É uma Capela de volumetria poligonal, com uma torre sineira e uma sacristia de paredes arredondadas adossadas às fachadas anterior e posterior, em posições diametralmente opostas. A sua fachada Norte é envidraçada e existe um espaço unificado no interior. O átrio e a sacristia são delimitados da nave e da capela-mor por paramentos murários rectilíneos paralelos à torre sineira e à parede exterior da sacristia.
No interior da Capela, existe um pequeno átrio que antecede o espaço único da nave e da capela-mor, coberto por um tecto em madeira num plano oblíquo; uma zona reservada à capela-mor, separada da nave por piso elevado, que é ladeada a Sul pela sacristia; um altar lateral na parede da sacristia voltada para a nave; azulejos polícromos seiscentistas, organizados em tapetes de vários padrões, enquadrados pelo mesmo tipo de cercadura, a revestir integralmente a parede Sul da nave, do átrio e da sacristia.
Por volta de 1970, a capela sofre a mais selvática das reconstruções. Da primitiva Ermida resta hoje apenas o seu portal manuelino e o revestimento azulejar seiscentista, que outrora revestia todas as paredes da nave e da capela-mor; uma pintura sobre tábua que representa a Ressurreição de Cristo e uma pintura do século XVI, da autoria do Mestre da Romeira. Sabe-se, através de fotografias antigas e outros documentos, que o painel no altar-mor era revestido a talha dourada, bem como um tríptico cujo painel central que simbolizava a descida do Espírito Santo e os laterais, a Ressurreição e a Ascensão. A nova capela apresenta uma arquitectura religiosa modernista.
No adro da Capela realizam-se, todos os anos, em finais de Agosto ou inícios de Setembro, as festas de Nossa Senhora do Desterro, atestando a permanência de uma devoção secular associada a este local de culto.
Opinião pública
O povo de Pontével, na sua maioria, não aceitou a barbaridade que constituiu não só a destruição arquitectónica e artística como também um atentado ao local onde prestavam o culto a Nossa Senhora do Desterro. Hoje em dia, numa encosta em frente à Capela, encontra-se um nicho com uma imagem da Senhora do Desterro, feita por um canteiro de Pontével e é aí que os devotos vão cumprir as suas promessas. Houve uma transferência natural do local de culto, porque a Capela, nas condições em que se encontra, não oferece o ambiente necessário para meditar e orar. A verdade é que a actual autarquia, reconhecendo a importância que aquele nicho tem para o seu povo, quer pela crença ou pelo bairrismo, procedeu à sua iluminação e emoldurou-o com um arco polilobado, à semelhança dum portal manuelino, perpetuando assim a simbiose entre a antiga Capela Manuelina e a devoção a Nossa Senhora do Desterro.
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